Da ansiedade à ação: estratégias práticas para não deixar o stress bloquear o teu desempenho

Ansiedade: mais comum do que parece.

A ansiedade é um dos temas mais falados hoje - e não por acaso.

  • Em Portugal16,5% da população adulta sofre de perturbações de ansiedade.

  • Na União Europeia38% da população sofre anualmente de problemas de saúde mental, com a ansiedade entre os mais prevalentes.

  • A nível mundial, as estimativas variam entre 17% e 68%, dependendo dos estudos.

Estes números não são apenas estatísticas: significam que milhares de pessoas estão a viver diariamente com sintomas que afetam a sua vida e desempenho.

Como se manifesta a ansiedade?

A ansiedade é complexa e multifacetada, e pode aparecer de várias formas, entre elas:

  • Sintomas físicos: palpitações, tremores, sudorese, alterações de sono, dores de cabeça...

  • Sintomas psicológicos: preocupação excessiva, medo constante, dificuldade de concentração, pensamentos repetitivos...

  • Sintomas comportamentais: impulsividade, distração, bloqueio ou até evitar situações que geram medo...

Embora desconfortável, a ansiedade não é "inimiga". Aliás, é natural, útil e válida: ajuda-nos a preparar para desafios e a reagir a situações de perceção de possível perigo.

O problema surge quando se torna demasiado intensa, frequente, desajustada às situações ou prolongada, interferindo na qualidade de vida e no desempenho profissional.

Ansiedade e trabalho: o impacto invisível.

A ansiedade não fica à "porta do escritório". Afeta diretamente a produtividade e a motivação:

  • Dificuldades de concentração → mais erros, menor eficiência.

  • Dificuldade em tomar decisões → bloqueios e atrasos.

  • Maior absentismo e presentismo → colaboradores que faltam ou estão presentes mas incapazes de desempenhar plenamente.

  • Quebra de motivação e compromisso → impacto na equipa e nos resultados.

Na União Europeia, o stress laboral afeta mais de 40 milhões de trabalhadores e representa um custo de 20 mil milhões de euros por ano.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho, as perdas associadas ao stress no trabalho chegam a 3-4% do PIB dos países industrializados.

🧠 Ignorar a ansiedade no trabalho não é só um problema humano - é também um problema económico e de performance.

Da ansiedade à ação: 5 passos práticos.

1. Conhece a ansiedade (e, em particular, a tua ansiedade) → O primeiro passo é a consciência, e apenas ao reconhecer os padrões é possível começar a mudar.

  • Em que momentos surge?

  • Que sintomas físicos e emocionais a acompanham?

  • Que pensamentos aparecem?

  • Como costumas reagir - evitas, bloqueias, ou fazes na mesma?

 

2. Conhece-te → A ansiedade nasce da forma como percecionas o mundo - os "óculos" com que vês a realidade. Por isso, o autoconhecimento é essencial e quanto mais o trabalho está alinhado contigo, menos espaço a ansiedade vai ocupar.

  • Identifica valores e prioridades.

  • Conhece crenças que te limitam.

  • Observa padrões como o perfeccionismo, o medo da rejeição ou a dificuldade em impor limites.

  • Usa os teus pontos fortes: momentos do dia em que és mais produtivo, tarefas em que brilhas.

 

1.    Define prioridades → Uma agenda cheia, mas pouco relevante é receita certa para stress.

  • matriz de Eisenhower vai ajudar: distingue o que é urgente e o que é importante.

  • Concentra-te no que tem impacto real e elimina ou delega o que não acrescenta valor ou não precisas ser tu a fazer, respetivamente.

 

4. Sê realista → A ansiedade anda de mãos dadas com o perfecionismo e a necessidade de controlo.

  • Define objetivos concretos, alcançáveis e com prazos claros.

  • Divide grandes metas em pequenas etapas diárias.

  • Concentra-te no que está na tua esfera de controlo.

  • Pratica autocompaixão - reduzir expectativas irreais é ganhar saúde mental.

 

5. Lembra-te de ti → És a personagem principal da tua história e precisas de estar presente nela.

  • Reserva tempo para várias áreas da vida (não só trabalho).

  • Questiona os pensamentos ansiosos em vez de os assumires como verdades absolutas.

  • Recorda momentos passados em que conseguiste gerir a ansiedade com sucesso.

  • Comunica: falar com pessoas de confiança, colegas ou profissionais de saúde reduz o peso que carregas sozinho(a).

Estratégias adicionais que ajudam:

  • Mindfulness e meditação → aumentam a consciência e reduzem a reatividade.

  • Exercícios de respiração → ajudam a acalmar o sistema nervoso.

  • Exercício físico regular → liberta tensões e regula emoções.

  • Rotinas equilibradas → sono, alimentação e pausas adequadas são essenciais.

Conclusão:

Eliminar a ansiedade não é possível - e, na verdade, nem desejável. Ela faz parte de nós e protege-nos! Mas aprender a geri-la é essencial para preservar a saúde mental, manter a produtividade e alcançar o sucesso com equilíbrio.

 

🚨 E lembra-te: a ansiedade não define quem és. É apenas um estado emocional, passageiro, que pode ser transformado em energia de ação quando sabes como lidar com ela.

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