
Aquelas coisas que estão sempre presentes e que orientam os nossos pensamentos, comportamentos, e a forma como nos relacionamos connosco e com tudo à nossa volta.
Também vamos abordar que, apesar de não parecer, elas não “mordem” e se as escutarmos – em vez de fugir – conseguimos regulá-las e viver em maior harmonia e equilíbrio. Para isso é preciso identificar o que está a acontecer e atuar sobre isso.
Regressando à casa do autoconhecimento, agora que já não estamos “às escuras” conseguimos perceber mais e melhor sobre quem somos e aquilo que nos integra. As emoções são uma dessas partes. Imagina que entras na divisão da casa onde estão as emoções e a luz é demasiado forte e intensa fazendo-te sentir desconfortável. Podes desligar a luz, dar meia-volta e sair – e assim afastar o desconforto – mas a intensidade vai permanecer inalterada e quando tiveres de lá regressar (sim, porque irás lá de novo), volta o mal-estar. Uma solução pode passar por instalar um botão regulador de intensidade, que assim te vai permitir gerir o que é mais benéfico e agradável para ti. O mesmo acontece com as emoções, podemos optar por ignorá-las ou até mesmo negá-las, mas elas continuarão lá, à espera de que as escutemos. Regular as emoções poderá não ser tão fácil e simples como rodar um botão, mas até esse teve de ser escolhido, instalado, configurado – substituindo o anterior – e testado para garantir o seu bom funcionamento. Portanto, até poderá ter algumas semelhanças, como iremos ver adiante.
O que são as emoções?
São informações, uma espécie de bússola que aponta para um caminho e nos ajuda a tomar decisões, impactam no nosso pensamento, comportamento e julgamento moral.
Orientam-nos para a ação, monitorizam o estado das nossas relações, avaliam se os acontecimentos nos são favoráveis e emitem dados/pistas para as outras pessoas.
Desempenham um papel central na forma como experienciamos a nossa vida, e são fundamentais para compreendermos o nosso comportamento e funcionamento, bem como o das outras pessoas.
Apesar de conseguirmos afirmar que existem emoções que são mais agradáveis de sentir que outras, a verdade é que não existem “emoções boas” e “emoções más”, até porque todas – sem exceção – podem ser, até certo ponto, adaptativas e ajudarem-nos a lidar com situações mais complexas ou difíceis.
O que fazer com as emoções?
Primeiro é preciso saberes o que estás a sentir, ou seja, conheceres as tuas emoções e identificá-las quando surgem e em que momentos. Para isso é importante colocares questões como “o que estou a sentir agora?” e estar disponível para a informação que surge, sem a negar ou evitar. Mais uma vez, as emoções não querem o nosso mal, muito pelo contrário, querem garantir a sobrevivência. Desta forma vais construindo e/ou atualizando o teu vocabulário emocional, tornando todo este processo mais consciente e, por conseguinte, mais dentro do teu controlo.
Depois de estares na posse da informação emocional, é importante entrar em contacto com a emoção tentando compreender o que está a tentar transmitir. No início destes processos ajuda ir escrevendo todos os pensamentos que surgem espontaneamente, tomar atenção a possíveis tensões no nosso corpo, como é que nos comportamos, quais os contextos que as despoletam. Tudo isto ajuda a conhecer melhor as emoções.
Quando mais conhecimento obtemos sobre as nossas experiências e expressões emocionais, maior serão as capacidades de autocontrolo.
Todos nós temos emoções, que têm como objetivo serem sentidas, expressas e libertadas, para assim nos autorregularmos. Parece linear, mas não é – pelo menos para mim não era. Durante muito tempo vivi com um grande bloqueio emocional, que acontecia logo no sentir. Isto ocorria principalmente para emoções que considerava desagradáveis e tinha como propósito desadaptativo proteger-me dos seus efeitos. Como resultado, elas iam-se acumulando – tal como vimos antes, as emoções não desaparecem só pelo simples facto de não lhes darmos atenção – e chegava um ponto em que a pressão interna era tanta que “explodiam”. No meu caso “saiam” pela pele, provocando-me crises dermatológicas enormes (tenho dermatite seborreica e atópica). Tudo isto acontecia de forma inconsciente, até que decidi começar a minha terapia e, assim, a conhecer-me e assumir o controlo das minhas emoções.
Claro que isto não é algo que mude de um dia para o outro, não existem formulas mágicas e há dias em que regresso a formas antigas de lidar com as minhas emoções. Mas, e aqui é que está o truque, já não é como antes e nunca mais voltará a ser (acredita, não voltamos ao 0 depois de tudo o que se aprende).
Um abraço,
Nuno
Faz aqui o dowload do workbook que te vai ajudar a explorar a tua "história de origem"
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