
Estabelecer objetivos é uma das formas mais poderosas de exercermos controlo sobre a nossa vida. E atenção: não é sobre controlo rígido, mas sim sobre responsabilidade ativa. A ciência mostra que essa sensação de agência — saber que estamos a conduzir a nossa vida com intenção — tem impacto direto na nossa saúde mental, bem-estar e qualidade de vida.
Podíamos simplesmente deixar que a vida acontecesse. Deixar que os dias nos levem, sem grandes planos, sem grandes intenções. Mas sabes o que acontece quando fazemos isso? A sensação de vazio instala-se. A frustração ganha espaço. Porque, no fundo, todas as pessoas têm metas. Mesmo que, por vezes, o maior objetivo do dia seja conseguir levantar da cama. E tudo bem. Os objetivos não precisam de ser grandiosos para serem significativos.
Mas… se queremos tanto mudar, porque é que é tão difícil?
Se já sentiste desmotivação, sem direção ou paralisia diante de um objetivo, não estás só. E não, isso não significa que te falta inteligência ou força de vontade.
O nosso cérebro prefere a inércia. A verdade é que o nosso estado “default” é a conservação de energia. Quando não há pressão externa a empurrar-nos para a ação, tudo exige mais esforço — físico e mental. Mas há um antídoto poderoso: o motivo interno. A motivação que vem de dentro — daquilo que faz sentido para ti — é o que realmente sustenta a ação a longo prazo.
Sim, é uma batalha interna. E sim, envolve emoções contraditórias. Mas é possível vencê-la — e vamos mostrar-te como.
Tipos de objetivos: nem todos funcionam da mesma forma
Não há uma receita única. Os objetivos podem (e devem!) ser ajustados à tua personalidade, ao teu momento de vida e à tua área de foco. A seguir, explicamos os tipos mais comuns — e o que a psicologia diz sobre eles:
1. Objetivos desafiantes
Objetivos ambiciosos aumentam a motivação inicial. Mas cuidado: se forem demasiado distantes da tua realidade atual, podem gerar ansiedade.
2. Objetivos de curto prazo
Dividir um grande objetivo em metas menores ajuda a criar impulso e torna o progresso mais visível. Pequenas vitórias constroem confiança.
3. Objetivos múltiplos (mas alinhados)
Há estudos que mostram que trabalhar em mais do que um objetivo ao mesmo tempo pode ser eficaz — desde que esses objetivos estejam ligados entre si e não entrem em conflito.
4. Objetivos de aprendizagem
Focados no processo, não apenas no resultado. Estimulam a curiosidade, a autoeficácia e o compromisso. Por exemplo “Quero aprender a comunicar com mais clareza”
5. Objetivos de desempenho
Indicados quando já dominas a tarefa e queres elevar o nível. Exigem esforço, mas também reforçam competências já adquiridas.
6. Objetivos de aproximação
São orientados para o que queres alcançar (ex: “comer mais fruta”). Tendem a ser mais eficazes do que aqueles que se focam no que queres evitar.
7. Objetivos de evitamento
Focam-se no que não queres (ex: “deixar de fumar”) — e, curiosamente, podem ser menos eficazes porque mantêm o foco no comportamento que queres eliminar.
💡 Nota importante: Se o teu objetivo não está a "funcionar", antes de começares a culpar-te, reflete sobre o tipo de objetivo que escolheste ou da forma como o formulaste.
A fórmula SMARTER (sim, com ER no fim)
A metodologia SMART já é bastante conhecida: objetivos devem ser Específicos, Mensuráveis, Alcançáveis, Relevantes e Temporalmente definidos. Mas a versão mais atualizada e eficaz — a SMARTER — vai mais longe, acrescentando dois elementos fundamentais:
- E de Avaliação
- R de Reajuste
Porque, convenhamos, a vida acontece. E o que fazia sentido há dois meses pode já não fazer agora. Ter objetivos flexíveis, que se adaptam às mudanças, é essencial para o bem-estar psicológico e para a sustentabilidade da motivação.
Queres experimentar? Vamos fazer em conjunto:
1. Estabelece o objetivo geral
Onde quero chegar?
2. Específico
O que quero atingir, de forma concreta?
3. Mensurável
Como vou saber que atingi o objetivo? Que indicadores posso usar?
4. Alcançável
É realista? Está ao meu alcance? Depende de mim?
5. Relevante
Isto faz sentido para mim? Motiva-me? Está alinhado com os meus valores?
6. Temporal
Qual é o prazo? Até quando?
7. Avaliação
Como vou acompanhar o progresso? Com que frequência?
8. Reajuste
Estou disponível a adaptar o objetivo se for preciso? Consigo acolher mudanças sem sentir frustração?
O segredo não está só em querer. Está em conheceres-te.
Estabelecer objetivos eficazes não é um ato de força — é um gesto de autoconhecimento e cuidado contigo. Um objetivo que faz sentido para ti, que respeita os teus limites e que alimenta a tua motivação interna, tem muito mais probabilidade de ser alcançado.
E lembra-te: não precisas de fazer isto a sós. Estamos aqui para te acompanhar a traçar objetivos com propósito — e a alcançar sucesso com saúde.
Obrigada por caminhares connosco,
Bem-Me-Querer
Faz aqui o dowload do workbook que te vai ajudar a explorar a tua "história de origem"
Newsletter
Sabe mais sobre a nossa história, projetos e estratégias exclusivas.