Burnout e Eu

burnout trabalho Sep 07, 2023

A Síndrome de Burnout é uma resposta emocional a situações de stress crónico (prolongado e severo), desencadeada em contexto laboral. Trata-se de um esgotamento de recursos, face à pressão resultante do trabalho e envolvimento intenso com o mesmo – sendo trabalho tudo o que implica compromisso e nos retira tempo de lazer e social (por exemplo, as tarefas domésticas também são trabalho, e, ainda para mais, não remunerado).

Para a sua identificação é necessário a presença das seguintes dimensões:

  • Exaustão emocional: Falta ou diminuição de energia, entusiasmo e sentimento de esgotamento de recursos. exemplo: "Sinto que atingi o limite."
  • Despersonalização: Desenvolvimento de insensibilidade emocional - atitude distanciada, menos afetiva, empática e personalizada. exemplo: "Sinto que me afastei das pessoas. Trato-os de forma menos afetuosa."
  • Fraca realização profissional: Tendência para a autoavaliação negativa, experiência de sentimentos de infelicidade e insatisfação com o desempenho profissional. exemplo: "Já não tenho o mesmo interesse. Também estou sempre a cometer erros..."

 

Esta síndrome é cada vez mais recorrente, numa sociedade que (sobre)vive praticamente à velocidade da luz, onde tudo se desenrola num ritmo alucinante com o objetivo de produzir mais e melhor, sem que exista espaço para o erro e a falha. Neste sentido, a felicidade parece estar diretamente ligada à experiência profissional em detrimento de tudo o resto.

 

Sobre isto, o portal Small Business Prices efetuou um estudo tendo por base o índice de felicidade mundial de 26 países europeus, assim como o salário médio anual e horas de trabalho semanais, concluindo que Portugal, se destaca como sendo o pais onde as pessoas mais sofrem e estão em risco de vir a sofrer de Burnout.

 

Eu experienciei tudo isto! Faço parte dessa estatística.

Entre 2015 e 2018 apenas acordava para trabalhar e deitava-me, já sem energia, apenas para iniciar outro dia de trabalho; não “tinha” espaço na minha vida para outras coisas ou pessoas (a não ser que estivessem relacionadas com o trabalho); as férias eram apenas momentos de “existência” no sofá e onde – inexplicavelmente para mim nessa altura – aumentavam as minhas crises dermatológicas – tenho dermatite seborreia e atópica – com a minha pele a ficar extremamente irritada, vermelhidão e feridas, inchando ao ponto de não conseguir, por exemplo, fechar as mãos.

A ansiedade era tremenda, tendo começado a tomar ansiolíticos.

Tudo isto juntando a uma elevada dificuldade de não me permitir entrar em contacto com as minhas emoções e pensamentos enraizados de que “um homem tem de ser forte”, “um homem tem de conseguir aguentar tudo e com tudo, não dando parte fraca, nem mostrando vulnerabilidade”.

 

Estes “ingredientes” criaram um cocktail devastador, sendo um período da minha vida onde não me sentia, nem estava feliz – todo o meu valor era medido pela minha capacidade profissional, que estava cada vez mais enfraquecida.

Nesta fase a minha "casa" interior estava um caos, desorganizada, desinvestida, desestruturada. Quase parecia algo saído de um filme de terror.

Não foi nada fácil contrariar estes pensamentos estruturantes, mas algo precisava de fazer porque o cenário não era mesmo saudável.

 

Decido partilhar isto, porque sei que não estava nem estou só nesta condição (aliás, cá em casa eu e a Ana estivemos em Burnout em simultâneo), mas que esta não me define – nem a ti, caso te identifiques com este relato. Podia ficar refém desta situação ou fazer algo a respeito. Decido trabalhar na minha saúde mental, porque é um direito meu (nosso) e mereço ser feliz (merecemos)!

 

Comecei o meu acompanhamento psicológico, fiz hipnoterapia (que ajudou imenso nas crises dermatológicas) e ainda hoje continuo a minha terapia. Coloquei-me como minha prioridade e isso não é um ato de egoísmo, mas sim de amor-próprio.

Emergi do Burnout, mais consciente e com mais conhecimento de mim, da forma como me relaciono com as pessoas que me são importantes e do mundo. Tal não significa que estou totalmente livre do perigo – muitas vezes olho por cima do ombro como se estivesse com receio que este se volte a aproximar de mim – mas tenho agora mais ferramentas, internas e externas, que me ajudam a navegar pela vida.

 

Uma lição importantíssima que aprendi com tudo isto é que não tenho de passar pelas coisas sozinho, não tenho de suportar todo o sofrimento, e que pedir ajuda não é sinal de fraqueza, mas sim um ato de coragem e força.

 

Como resultado de todo este caminho atribulado surgiram coisas incríveis como é o caso da Bem-Me-Querer e com todo o conhecimento e superação adquiridos montámos a nossa melhor resposta (até ao momento) para quem quer relacionar-se de forma mais saudável (e consequentemente de maior sucesso) com o trabalho, a mentoria Saudável Profissional de Sucesso!

  

Posto isto, a mensagem que gostava que retivesses é que a saúde mental é um direito e que não estás só!

 

Um abraço,

Nuno

Faz aqui o dowload do workbook que te vai ajudar a explorar a tua "história de origem"

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